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Poema-alívio

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Poema-alívio Será preciso me exilar em Buenos Aires para escrever o meu livro de poemas? exílio-poema? poema do exílio? Ou fugir para as montanhas azuis ao redor da cidade de Campos do Jordão? Para o campinho trás de casa Armado com cartucheiras e revólveres a caçar comanches e cheyennes? Mas... poemas não são feitos de perguntas. Nem são feitos de  saudades daqueles que ficaram esquecidos  nas esquinas do tempo. Nem são feitos para saciar a curiosidade  de saber d os segredos das árvores do peral. Poemas são feitos para aliviar a alma! Poema-fuga para a casa de Francisca, televizinha de Rin tin tin, cabo Rusty e tenente Rip Master protegidos do futuro incerto da incompreensão das coisas tolas, das coisas todas das palavras incertas, desnecessárias Poema insano D a manhã nublada e úmida Do avião que corta o céu em curva Do som que resta do avião que corta o céu azul das montanhas ao redor da cidade d

KYOKO YUMURA - Desenhos

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Tina Liguori - fotografias

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fade out

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     fade out      aos poucos e com moderação, vou desaparecendo.      até que eu me perca nos achados das calçadas.      e que a lembrança de mim seja apenas um suspiro alheio      como quem tosse por causa da infusão da cidade. Marcio Yonamine

PERSONAGENS

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A voz de meu pai

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A voz de meu pai Não me lembro da voz de meu pai. Recordo-me de suas ideias, opiniões e crenças; não de sua voz. Se falava muito ou pouco Se era categórico em suas afirmações se sua voz era macia ou grave não consigo me lembrar me lembro de sua boa-vontade, amizade e paciência com minhas manias de adolescência. De seus conselhos sobre o trato com as meninas para mim e para toda a molecada, cujos pais não tinham tempo ou coragem de tocar no assunto. Seus eternos problemas financeiros nunca impediram que eu fosse ao cinema, comprasse camisa-esporte ou sapato marron. Para eu me dar bem na vida, deveria de ser engenheiro ou militar. Tinha muitos amigos que o chamavam pelo sobrenome. Lembro-me do retrato que fez de minha mãe Perdido para sempre no sótão da casa do interior. Do seu corte de cabelo, dos seus óculos, do seu bigode, das sopas com estranhos temperos improvisadas depois do cansaço do dia. D

estupor

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estupor esse súbito não ter    esse estúpido querer      que me leva a duvidar    quando eu devia crer esse sentir-se cair          quando não existe lugar aonde se possa ir    esse pegar ou largar essa poesia vulgar           que não me deixa mentir Paulo Leminski