GYOTAKU
As
primeiras formas de impressão conhecidas foram feitas a partir de objetos da
natureza. Tintas ou pigmentos foram aplicados diretamente sobre superfícies de
elementos relativamente planos, como por exemplo, a própria mão, a fim de captar
e transportar as suas imagens para o papel ou outras superfícies.
Gyotaku
é o nome dado ao tradicional método japonês de impressão manual de um peixe. O
termo é composto pelas palavras “Gyo”, peixe e “Taku”, impressão. O surgimento
desta prática data de meados do século XIX. Supõe-se que esta forma de
impressão pode ter sido criada por pescadores para registrar e exibir a
imagem das suas capturas.
Há
dois caminhos para imprimir o peixe: impressão direta ou indireta (frottage).
Na
impressão indireta, o artista utiliza um lápis ou outra ferramenta de desenho e
faz fricção sobre o papel que cobre a superfície texturizada transferindo o
desenho. O desenho pode ser deixado como está, ou pode ser utilizado como base
para aperfeiçoamento.
A
impressão direta transfere para o papel de arroz a imagem exata do peixe,
previamente entintado, com todas as características de tamanho, forma, textura
das escamas, desenhos das barbatanas e detalhes da superfície. Desta maneira se
reproduz a imagem espelhada do peixe.
O principal
objetivo da prática do Gyotaku é proporcionar a
oportunidade de conhecer os fundamentos do processo de impressão gráfica através
do contato manual com o objeto sem a intermediação da matriz gravada.
A questão
do limite da aproximação do papel sobre a superfície começa com esse gesto. Não
é necessária nenhuma ação extra, o próprio peso do papel ao cair sobre a
superfície deixa a marca do baixo e do alto relevo. A interferência humana, a
interferência do tato, se necessária, passa a ocorrer a partir daí.
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