PAISAGENS IMAGINÁRIAS




Mario Fiore e algumas ilusões

          (locus amoenus)



A pintura nos conduz a ver, pouco a pouco, um lugar, um território novo,
de encantamento,
que não existe.
Ou melhor,  que existe enquanto ilusão.
Lá, nesse território, pode-se brincar com as três dimensões em duas.
Lá as coisas se imobilizam, num estado de atenção.
Lá as luzes  duplicam,  multiplicam as sombras numa espécie de mágica,
fazendo as coisas parecerem mais densas, mais concretas do que elas mesmas.
Mario Fiore tece, faz tramas e nelas acumula sobreposições de camadas de
cores.
Utiliza os ocultamentos como artifício para criar uma matéria
pictórica  sensível.
Dá condições assim  para manchas e pequenas formas se transformarem em
protagonistas da cena poética.
Faz dos esquecimentos e de algumas casualidades deste processo, seus
instrumentos de narrativa, criando espaços
não de um sonho, mas de um sonhar.



Sergio Fingermann




locus amoenus VIII (2004) Acrílica sobre tela, 110 x 125 cm.
Coleção particular. 






locus amoenus (2004-5) Acrílica sobre tela, 58,5 x 69 cm.



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